Crítica: Cinquenta Tons Mais Escuros

domingo, 30 de setembro de 2012

Em Cinquenta Tons Mais Escuros, o relacionamento conturbado de Anastasia Steele e Christian Grey ganha novos rumos. Rumos estes mais sérios e ao mesmo tempo sombrio. Percebe-se nitidamente que desta vez a escritora E.L.James abordou a questão do amor existente entre os dois personagens principais, não somente no sexo, mas também no prazer de viver no dia a dia. 
Apesar da melhora em relação ao primeiro voluma da trilogia, acredito muito que há ainda mais potencial a ser retirado dos mistérios da vida de Grey, o mocinho-vilão perturbado, sadomasoquista e sádico do enredo. É perceptível em casa linha, que embora Ana não esteja muito ligada no lado sombrio da sua vida, que há uma bomba e tanto por trás de tudo e que parece que vai explodir a qualquer momento. O que cria uma boa expectativa. Aliás, a autora é realmente boa em finalizar os capítulos sempre deixando o leitor querer mais. 
Entretanto, ela acaba revelando os segredos muito rapidamente, e a sensação de êxito da história definha um pouco. Quando o leitor esperava mais, vai lá e acaba. Inevitavelmente, os problemas e traumas de Christian chegam à tona, mas é evidente que existe mais a ser mostrado. Resta-nos saber se alguém como ele tem realmente uma "cura"...pois ele é sim, um doente. Existem diversas partes soltas na história - que todos nós, inclusive eu, esperamos que James os ligue, fechando assim o último volume "Cinquenta Tons de Liberdade" - e que a princípio é muito mal esclarecida, pois nãos sabemos o que um fato tem haver com o outro. 
No entanto, há também o outro lado, analisados separadamente, as situações são previsíveis e passíveis de constatação. Ficam óbvias. Elas apenas não se encaixam entre si. Isso faz com que a história pareça que dá voltas e voltas sem chegar a lugar algum, e é nesse momento (se bem me recordo, na metade do livro em diante), que Grey começa a superar seus obstáculos, permitindo os toques e admitindo enfim que não consegue viver sem Ana. É neste volume, pela primeira vez na trilogia, que o amor de verdade dá as caras nas páginas. E ele se mostra vivo e intenso. Até mesmo no momento inesperado do... ops! Spoiler é melhor não dizer. 
Há ainda o fator curioso de que (além da louca Leila e interessante Elena) alguém quer ver Christian morto. No final do livro um presente aos curiosos é a íntegra do primeiro capítulo de Cinquenta Tons de Liberdade...E.L.James usa muito dos recursos de flashback, o que na minha opinião é sempre interessante e bem-vindo, mas há de se tomar cuidado. Algumas coisas podem escapar e deixar as pontas soltas. Apesar de ter muito o que amadurecer na visão literária, James até que tem conseguido arrumar bem a sua posição de autora... Porém ainda não a ponto de ser marcada para a história. 

Clique no link para ler a primeira crítca de Cinquenta Tons de Cinza: http://diariosdeumareporter.blogspot.com.br/2012/08/critica-cinquenta-tons-de-cinza.html

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